Primeiro, eu entendi o que fieram logo de cara com Locke e Key. Pra quem não entendeu o trocadilho, em inglês, Lock significa tranca, e Key, chave.
O seriado é uma adaptação das histórias em quadrinho de Joe Hill e Gabriel Rodríguez (que está sendo trazido para o Brasil pela editora Geektopia).
Com direção de Carlton Cuse e Joe Hill, Locke & Key chegou ao NETFLIX agora em 2020.
Resumindo um pouquinho a história:
Após o brutal assassinato de Rendell Locke, sua família se muda para o casarão em que ele cresceu com o objetivo de ter um novo recomeço.
A casa, construída ainda na época da colonização americana, esconde vários segredos que permeiam sua existência e a linhagem da família Locke por muitas gerações.
Bode e seus irmãos, Kensey e Tyler, começam então a desvendar os mistérios da “Casa das Chaves” e as muitas mágicas chaves que ela esconde. Essas chaves conferem diferentes poderes sobrenaturais para quem as utiliza, e podem ser muito perigosas.
O que era para ser um recomeço tranquilo para a família se transforma na maior aventura de suas vidas, pelo menos até agora.
Assim começa a jornada das crianças Locke para a busca pelas chaves, poderes e de portas secretas e misteriosas.
Portas abertas ou fechadas?
Trocadilhos ruins de lado, preciso fazer um disclaimer: eu não conhecia a história antes de ver a série. Então meu julgamento inicial não se baseia nas semelhanças e/ou diferenças entre as construções das narrativas.
Eu gostei bastante das premissas da série! Locke & Key lembra um pouco as fantasias de As Crônicas de Nárnia, Spiderwick e Ponte para Terabítia.
Amei a ambientação e os cenários. Também me encantou a escolha das representações dos elementos fantásticos que, de certa forma, são mais complexos. Um exemplo claro disso foi a sa[ida para representar a mente das pessoas quando se utiliza a Chave da Cabeça.
O ritmo em que a série se densenvolve é bom, bem fluida e compouca enrolação. Também achei que temos explicações suficientes sobre o que aconteceu no passado de Rendell quando vivia na Key House, apesar de querer aprender mais sobre o passado das chaves em si.
Sobre a vilã: gostei muito de como Dodge foi apresentada na série – sombria e venenosa. Foi interessante vê-la não apenas em busca do seu objetivo mas também aprontando muitas apenas para aproveitar a recém-adquirida liberdade.
Mas…
Pois é… nem tudo que brilha são chaves mágicas por aqui.
Tiveram alguns pontos que vi em Locke & Key que me incomodaram um pouco. O que me deixou mais chateada é que seriam discussões incríveis de serem exploradas.
Em um momento da série, Kensey usa a chave da cabeça para tirar a representação do seu medo que vivia ali dentro. E foram poucas as consequências dessa atitude. Ela ficou mais destemida sim, mas ainda poderia muito bem ser mais assombrada por seu medo estar correndo solto pelo mundo.
Outra coisa em Locke & Key, é que a história das chaves foi pouco transmitida para os habitantes da Keyhouse. Eles simplesmente passaram a encontrar chaves e descobrir o que fazia. Não tem regras, e não tem consequências, a não ser aquelas quando as chaves podem cair nas mãos erradas.
Achei Tyler também meio parado. Sei que estava paralisado pela culpa, já que uma vez havia desejado a morte do seu pai. Isso foi decepcionante porque ele parece que dentre os irmãos seria aquele que parecia mais guiado pela razão, aquele que imporia limites. Mas achei o arco dele meio parado, meio sem emoção, apesar de toda a paquerinha que mostrou durante toda a temporada.
Vale a pena ver Locke & Key?
Eu acho que sim! Apesar dos pontos negativos, é uma série que desenrola bem. E pra quem ama caça-ao-tesouro, como eu, sempre é legal ficar imaginando onde está a próxima chave, e para o que ela vai servir.
Vale a pena seguir Bode nas suas descobertas e também nas estratégias para descobrir mais sobre as chaves e suas histórias.
Já sabemos que logo vamos conseguir descobrir mais sobre a família Locke e suas chaves: a NETFLIX acaba de confirmar a segunda temporada da série! Então vamos aguardar!
Até a próxima!
Carol