Que gosto da principal saga de Patrick Rothfuss, vocês já devem saber! Já postei aqui sobre O Nome do Vento, e em breve teremos também um post sobre O Temor do Sábio. Mas hoje vim aqui falar sobre A Música do Silencio.
Patrick Rothfuss já avisa:
Diferente da saga de Kvothe, A Música do Silêncio conta um pouquinho mais sobre Auri, e sua vida no Subterrâneo da Universidade.
Um ponto muito interessante é exatamente o prefácio desse livro. O autor já deixa bem claro suas intenções e expectativas com esse livro:
“Talvez você não queira comprar esse livro.
Eu sei, não se espera que um autor diga esse tipo de coisa. O pessoal do Marketing não vai gostar. Minha editora terá um ataque. Mas prefiro ser honesto logo de saída.
Primeiro, se você não leu meus outros livros, é melhor não começar por este.”
Nisso ele realmente tem razão. Auri, a personagem principal de A Música do Silêncio precisa ser inserida primeiro no contexto da história de Kvothe e da Universidade. Se você quiser um pouquinho desse contexto, que tal ver esse post aqui…
E, tem mais uma coisa que ele fala nesse prefácio e que tenho completamente que concordar:
“Segundo, mesmo que tenha lido meus outros livros, acho justo avisar que esta é uma história um pouquinho estranha. […] Não tem um monte de coisas que costuma haver em uma história clássica. E, se você estiver esperando uma continuação da história do Kvothe, não vai encontrá-la aqui.”
Como deu pra perceber, Patrick Rothfuss já começa o livro deixando bem claro que seu objetivo com A Música do Silencio não é contar a história de Kvothe por uma perspectiva diferente, e essa palavra será muito importante nesse livro.
Ressignificados, vulnerabilidade e a aura de Auri
Não é realmente uma história convencional, mas Auri tem uma perspectiva única do mundo. E é exatamente a construção da personagem e do mundo através do seu ponto de vista é o que torna esse livro especial.
Entre dias de caçar, de descansar, de explorar e nomear. A história de Auri é ao mesmo tempo poética e catártica.
A forma como acompanhamos as suas explorações de sensações, sentidos e significados nos mostra o quanto, na verdade, a pessoa é profunda. Quando Patrick nos mostra os Subterrâneos através dos sentidos de Auri, percebemos que ela é muito maior do que a inocência que aparenta. Seu conhecimento do mundo é muito mais profundo e diferente. Não é a criança que aparenta ser, mas nos ensina que uma visão diferente, voltada para as pequenas necessidades, para os pequenos detalhes pode transformar o mundo de qualquer um.
De forma poética, vemos Auri abraçar em seu mundo assuntos como ansiedade, por exemplo. Achei uma forma linda e interessante de tratar assuntos que cada um de nós pode se identificar. A vulnerabilidade da nossa protagonista mostra algo aterrorizantemente belo e familiar.
Pequeno bônus divertido
Um pequeno extra/bônus do livro é Rothfuss contando sobre como foi o processo de escrita e principalmente as reações daqueles que ele escolheu para ler em primeira mão a narrativa de Auri. E pra quem já viu algum de seus vídeos (The Eolian é o principal canal do Youtube de Patrick), consegue imaginar perfeitamente suas reações a medida que ele as descreve.
E pra quem gosta de uma boa conclusão, A Música do Silencio nos deixa com um grade gancho. Mas confesso que não fiquei com a sensação de querer mais da história de forma urgente. Mas, assim como Auri, fiquei com a impressão de que tudo tem seu tempo e lugar, e apesar de não podermos controlar cada um, podemos respirar e finalizar quando é a hora certa de finalizar.
Pra quem quiser conhecer um pouco mais sobre Patrick e suas obras, seguem os links:
- The Eolian
- Blog (em inglês)
- Instagram da Editora Arqueiro, responsável pelas versões brasileiras dos livros
Você já leu algum dos livros de Patrick Rothfuss, ou gosta de ler livros de fantasia? Que tal indicar um aqui nos comentários enquanto aguardamos o terceiro dia das Crônicas do Matador do Rei?
Até a próxima!